Palco, som, iluminação, estantes, barracas, arquibancada, segurança, quase tudo pronto para o 9º Festival de Cururu e Siriri de Mato Grosso. A arena da Acrimat está preparada para abrigar maior festa da cultura popular do Estado e receber o público que for prestigiar o evento, que acontece entre os dias 23 e 26 de setembro. Vale lembrar que a entrada é gratuita e a programação tem início a partir das 19 h. Além das apresentações, haverá uma feira com o artesanato local e a culinária típica da região.
Durante os quatro dias de festa, 38 grupos de Siriri de 15 municípios do Estado passarão pelo palco. A programação diária é marcada pela apresentação dos cururueiros. Em todos os dias, são eles que iniciam a celebração da arte. Na seqüência, é a vez dos grupos de Siriri dar continuidade a festa. No total, mais de duas mil pessoas entre bailarinos, mestres, cururueiros, passarão pela arena para fazer deste o maior Festival.
Esta é a primeira vez que o Festival é organizado pela Federação Mato-grossense de Cururu e Siriri. Com orgulho e ciente da responsabilidade, a presidente da Federação, Domingas Leonor da Silva, afirma que o processo não está sendo fácil, mas com apoio do Governo e da Prefeitura uma grande estrutura está preparada para receber o público e garantir uma grande festa. “Quero agradecer primeiramente a Deus e depois a todos os envolvidos, todos os parceiros, todos que estiveram com a gente e que de alguma maneira contribuíram para a realização deste Festival”, ressalta.
A cada ano o Festival toma uma proporção maior e para atender a atual imensidão do projeto, este ano o evento acontece na arena da Acrimat, que proporciona estrutura com maior conforto, inclusive para os cadeirantes. Para atender a demanda do maior festival do Estado, foi formada uma comissão de trabalho, dividida em núcleos, envolvendo membros da própria Federação, da Prefeitura Municipal de Cuiabá e também do Governo do Estado. Cerca d 30 empregos diretos foram gerados para esta comissão.
Um dos profissionais que fazem parte desta comissão é a produtora cultural Cybelle Bussiki, que auxiliou a produção do Festival prestando consultoria. “Acompanhando os passos da Federação, eu vi muita vontade de aprender das pessoas que estão envolvidas no processo. Outra coisa interessante é ver alguns jovens dançando e tocando o Cururu e o Siriri. Apesar de conhecer e estar em contato com a cultura urbana, eles continuam preservando suas raízes com entusiasmo e alegria. Esta experiência me proporcionou um aprendizado muito grande como produtora”, afirma Bussiki.
Além de promover a valorização da cultura popular, o Festival de Cururu e Siriri gera empregos e renda. Durante os quatro dias de evento, o Festival vai gerar cerca de 250 empregos indiretamente, entre vendedores ambulantes, segurança, praça de alimentação, feira de artesanato e outros. Além disso, A produção do festival contará com o apoio de 50 voluntários dos cursos de Turismo e Eventos do Instituto Federal de Educação de Mato Grosso (IFMT).
Segundo o secretário de Estado de Cultura, Oscemário Daltro, organizar este festival é uma responsabilidade muito grande e é esta visão que todos têm que ter. “O Festival é o coroamento de todo o trabalho ao longo do ano. Neste ano, o Estado e a Prefeitura entraram como coadjuvantes para dar suporte a Federação, que é e deve ser a realizadora do Festival, conforme orientação do Governo. A Federação está adquirindo autonomia para continuar preservando a nossa cultura de raiz”.
O Festival é o ponto culminante de um longo trabalho. “Quando os grupos estão na arena é para se apresentar, talvez seja o ponto culminante do festival, e quando estão no quintal é justamente a própria preservação da cultura”, explica Cybelle Bussiki. Inerente ao Festival está o projeto de revitalização do patrimônio imaterial, cujo objetivo é estimular o conhecimento, a formação, a capacitação, a habilitação e a profissionalização dos grupos de cururu e siriri. Para tanto, uma das diversas atividades realizadas foi o 5º Seminário Território Cururu e Siriri, que estimulou o debate e a troca de experiências entre os atores da cultura popular.
A entrada para o festival é gratuita com o intuito de atrair o público e “para que o povo conheça essas manifestações da cultura local. É uma coisa tão linda que só existe aqui no Mato Grosso”, afirma dona Domingas. Conforme o secretário adjunto Municipal de Cultura, Moisés Martins, na essência da cultura tem que haver harmonia para o processo crescer. “Nós somos potência na questão da cultura. A cultura mato-grossense é muito rica e vem ganhando força e projeção nacional a cada dia”, ressalta. O 9º Festival de Cururu e Siriri é organizado pela Federação em parceria com o Governo do Estado, a Agecopa, a Prefeitura Municipal de Cuiabá, o Pontão da Viola-de-Cocho, a Oi Futuro, O Boticário e o IFMT.
Ariane Laura - Assessoria do Festival