quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Está aberto o 9° Festival de Cururu e Siriri de Mato Grosso

O céu de Cuiabá ganha brilho e um colorido causado pela queima dos fogos de artifício. Está dada a largada, a abertura da maior festa da cultura popular do Estado teve início na noite desta quinta-feira (23.09). Com o tema “Fé e Alegria”, o 9º Festival de Cururu e Siriri encheu os olhos do público presente na arena do Parque de Exposições da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat). Fazendo jus ao tema desta edição, o início da festa foi marcado por uma oração feita por Domingas Leonor da Silva, presidente da Federação Matogrossense de Cururu e Siriri.

Participaram da cerimônia de abertura, além da dona Domingas, o secretário de Estado de Cultura, Oscemário Daltro, o diretor de Comunicação da Agência Executora da Copa (Agecopa), Roberto França, e o vereador Francisco Vuolo (PR), que foram homenageados pela Federação do Cururu e Siriri. "Após pensar muito, chegamos a conclusão de que não haviam pessoas mais merecedores de uma homenagem do que eles. Foram os primeiros a acreditar na gente e a abraçar nossa causa", declarou a presidente da Federação, Domingas.

 A luz de velas, dona Domingas conduziu o público para fazer a oração de um Pai Nosso e uma Ave Maria, foi a vez dos bois invadirem a arena e dar continuidade ao espetáculo. Uma roda de cururueiros dos municípios de Nossa Senhora do Livramento, Cáceres e Várzea Grande se reuniu para fazer o som do ganzá e o batuque ritmado do mocho, juntamente com a viola-de-cocho. Em seguida foi a vez do grupo de alunos especiais da Apae, que demonstraram que ser especial não significa ter limitações na aprendizagem. Outra atração foi o grupo da melhor idade Guató, do município de Cáceres, que levou para arena elementos referentes a natureza do Pantanal e a figura do índio.

A diversidade marcou esta primeira noite do festival. Prova disso é o grupo Compadre Mané da Roça, do distrito de São Pedro de Joselândia do município de Barão de Melgaço. Participando pela primeira vez do tradicional Festival de Cururu e Siriri de Mato Grosso, o grupo levou grandes bonecos para dançar o Siriri na arena. O público ficou com os olhos atentos para esta novidade. Dois grupos infantis se apresentaram na primeira noite do Festival, o Cuiabaninho Digoreste e o Flor do Jardim, ambos de Cuiabá.

O boi a serra, a mãe do morro, a ema, o minhocão são algumas das figuras lendárias que passaram pela arena. O boi a serra é uma figura lendária trabalhada por vários grupos, entre eles o Flor do Jardim. De acordo com a coordenadora do grupo, Matilde da Silva, o boi é para trazer coisas boas e levar para longe as coisas ruins. Conforme dona Domingas, o boi é um símbolo para espantar os maus fluídos e abrir caminhos.

A programação do evento foi conduzida pelos personagens Totó Bodega e Cumadre Pitu, que conduziram com graça e alegria o evento. Além disso, muitos brinquedos e uma vasta opção em alimentação estavam disponíveis para o público. Também teve uma área destinada a estandes de artesanatos regionais.

Esta é a primeira vez que o evento acontece na arena da Acrimat e para a técnica em infra-estrutura Mariluce de Lara, 39, o local é muito bom. “Acompanho o Festival há 3 anos, esta estrutura é melhor, pois oferece um espaço maior e com mais conforto tanto para o público como para os grupos”, afirma. A funcionária pública Maria Antônia Queiroz, 53, compartilha da mesma opinião. “Sou cuiabana e acompanho o Festival há mais de seis anos. Sem dúvida este espaço é melhor, pois é mais amplo, tem estacionamento, segurança”.

Este ano, pela primeira vez a Federação tomou a frente da organização do festival. O evento prossegue até o dia 26 de setembro, na arena da Acrimat. O evento conta com patrocínio da Prefeitura Municipal de Cuiabá e Governo do Estado, em parceria com Oi Futuro, O Boticário, Instituto de Educação, Ciência e Tecnologia (IFMT) e Pontão da Vila-de-Cocho e com apoio da Agecopa. A entrada é gratuita e a Secretaria Municipal de Transportes (SMTU) disponibiliza um número maior de ônibus a partir de 00 h para atender o público que comparecer ao evento. O intuito é democratizar o acesso às manifestações populares e a estimular a formação de público.

Ariane Laura - Assessoria do Festival

Vai começar a maior festa da cultura Mato-grossense

Cururu e Siriri. Música e dança unidas representando a energia de um povo, a nossa energia. Quando a musica toca e a dança começa o que vemos é muitos mais do que parte de nossa cultura, ali estão os movimentos e sons de nossos ancestrais. É a musicalidade pura, som que vem da alma e embala o corpo daqueles que valorizam sua história. O 9º Festival de Cururu e Siriri de Mato Grosso que começa daqui a pouco as 19 h na Acrimat é o momento de ter contato direto com esta história, de reverenciar aqueles que descobriram a arte na simplicidade.
Realizado pela primeira vez pela Federação Mato-grossense de Cururu e Siriri o evento vai reunir este ano 38 grupos de 15 municípios mato-grossenses. Para aqueles que dedicam boa parte do tempo a manter viva esta tradição, é um momento mais do que esperado, afinal é o encontro dos melhores grupos dos cinco pólos que compõe o Território Cucuru Siriri em Mato Grosso.
            Este ano, o evento conta com patrocínio do Governo do Estado, através da Secretaria de Estado de Cultura e da Prefeitura Municipal de Cuiabá em parceria com a Oi Futuro, O Boticário, o Instituto de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso (IFMT), Pontão da Viola-de-Cocho e com o apoio da Acrimat e Agecopa. Vale lembrar que a Secretaria Municipal de Transportes (SMTU) irá disponibilizar um número maior de ônibus a partir de 00 h para atender o público.
Para o público, espetáculo garantido. Nesta primeira noite o grupo de Alunos da APAE formado por 100 crianças especiais farão a primeira apresentação da noite. A prática do Cururu e do Siriri na APAE foi inclusa no curso de educação da associação no ano passado. O Grupo que já realizou diversar apresentações em Cuiabá e se classificou em primeiro lugar no Festival Nossa Arte em Chapada dos Guimarães é prova de que a arte quando brota do coração não conheçe fatores limitadores. Depois será a vez do Grupo Guató da Melhor Idade. O Grupo fundado no município de Cáceres, em 1987, é o único que soma a cultura indígena ao Cururu e ao Siriri. A melhor idade vai levar para a arena da Acrimat o melhor de cada um dos integrantes do grupo que entre outras figuras lendárias vai falar do Mipagó, ou a onça pintada, símbolo de nosso pantanal.
O grupo Cuiabaninhos Digoreste criado em 1997 na creche escola Nasla Joaquim Aschar vai mostrar que talento não tem idade e nem tamanho. Com 50 componentes o grupo se destaca no trabalho de resgate da cultura local. Um colorido sem fim é o que se pode esperar do grupo infantil Flor do jardim. Os 35 integrantes do grupo formado este ano vão fazer uma homenagem ao pantanal mato-grossense.
            De São Pedro de Joselândia vem uma novidade trazida pelo Grupo Compadre Mané da Roça. Bonecos retratando o homem do campo é a aposta deste grupo formado 25 integrantes. Da escola que leva o nome do professor, político, administrador e historiador Lenine de Campos Póvoas vem o grupo Yayá, de Cuiabá. Toda a riqueza de nossa cultura vai ser representada por 45 componentes que estão juntos desde 2005.
De Santo Antonio de Leverger vem o experiente grupo Flor de Laranjeira. Com apresentações em festivais em outros estados brasileiros os 40 componentes levam para o palco figuras lendárias como a Ema, o Boi a Serra e a Mãe do Morro.
Uma noite que vai ser encerrada com a participação do grupo Esperança de Pocone. Com 60 componentes eles vão nos mostrar além da beleza e harmonia figuras lendárias como a Seriema e as Três Marias.Como você vê o 9º Festival de Cururu e Siriri e muito mais do que musica e dança, é história pura, concreta. Para aqueles que já conhecem oportunidade de se reencontrar com a história. Para aqueles que não conhecem é oportunidade de descobrir por que somos um povo tão hospitaleiro e por que nos orgulhamos tanto de nosso jeito de viver e de falar. Para quem perder o evento só resta mesmo recorrer ao nosso bom cuiabanês e dizer, hummm.. agora quando!? Bonito prô CE, perde um evento Digoreste desse. Até parece bocó de fivela. Depois num vem reclama, por que o evento vai até domingo, depois disso quem bejô, bejô, quem não bejô, não beja mais.

Ariane Laura - Assessoria do Festival